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Mulheres que quebram paradigmas em funções onde predominam os homens

08/03/2024

Mulheres que quebram paradigmas em funções onde predominam os homens

  • EXPERIÊNCIAS

     Duas mulheres, que atuam como agente de segurança e motoristas de caminhão na Coopermota relatam suas vivências

   A presença das mulheres no mercado de trabalho se amplia. Embora algumas profissões ainda se configurem como espaços marcadamente ocupados com a predominância de homens, esta realidade vem sendo modificada ano após ano. Neste sentido, no meio agro já é possível encontrarmos mulheres motoristas de caminhões, mecânicas de automóveis, operadoras de máquinas, frentistas, seguranças patrimoniais, agrônomas, estas com bastante frequência, e em vários outros cargos.

   Karina Rodrigues Paes é agente de segurança patrimonial na Coopermota e trabalha neste ramo há pelo menos seis anos. Ela comenta que embora a presença massiva de homens neste espaço tenha pesado na sua escolha pela profissão, ela não se arrepende da decisão. “Em alguns locais de trabalho da minha área ainda temos pessoas que ainda não aceitam receberem orientações de uma mulher, mesmo que esta tenha uma qualificação profissional equivalente aos demais. É realmente um desafio. Porém, aqui na Coopermota percebo um aprendizado mútuo constante. Todas as decisões que tomamos são coletivas e, com isso, conhecemos os limites nesta nossa relação diária. Não há cargas pesadas neste trabalho atual. Contudo, algumas qualidades femininas como jogo de cintura, calma e diálogo acabam sobressaindo em situações importantes e acabam nos beneficiando, como já aconteceu comigo em empregos anteriores”, avalia.

   Rodrigues diz querer crescer profissionalmente, estudando mais para que a sua qualificação seja satisfatória em todas as situações.  Além dos desafios profissionais, a agente de segurança relata as dificuldades que as mulheres vivenciam nas relações afetivas, muitas vezes carregadas de violência física e/ou psicológica. “O que aprendi em tudo que já vivi é que a gente não precisa ter medo de gritar e pedir socorro quando enfrentamos alguma dificuldade. Sempre haverá alguém para nos ajudar. Precisamos ter em mente que, se o início de um relacionamento apresenta questões difíceis, a tendência é só piorar”, alerta.

   Neste dia Internacional da Mulher, Rodrigues deixa um recado. “Hoje estou completando mais um ano de vida e, neste dia, gostaria de deixar uma mensagem para as mulheres: gostaria de pedir para que elas vivam mais, pensando mais em si mesmas. Hoje as mulheres estão mais fortes e empoderadas em relação a muitas mulheres de anos atrás, o que se deve a um maior acesso à informação, contudo, ainda carregamos cargas emocionais que precisam ser superadas”, acrescenta.

   Já nas estradas deste Brasil, a motorista de caminhão, Andreia Amorim da Silva, de 40 anos, diz colocar amor em tudo o que faz. Ela é motorista da Coopermota há quase dois anos, sendo responsável por operações de logística no deslocamento dos grãos para diferentes localidades. “Eu venho do meio rural. Com 24 anos comecei trabalhando no corte de cana, passei para o trator, fui para colhedora e depois para o caminhão. Há alguns anos estou na Coopermota. Gosto muito do que faço. Vivo diariamente um desafio duplo, seja da minha profissão, convivendo com as dificuldades em estar constantemente em rodovias, e também pessoal, de fazer coisas que as pessoas dizem que não posso fazer”, comenta.

   Quanto ao esforço físico da profissão diz não sentir dificuldades. “Sempre trabalhei assim. Tenho um filho de 20 anos e ele sente orgulho por tudo o que faço. Ele sempre viu a minha luta, o que eu acho que fez ele se tornar mais forte. Mas nesta profissão ainda falta muito aceitação das pessoas e de estrutura direcionada para as mulheres. Como sempre trabalhei no meio de homens, em algumas situações a gente tem que bater de frente, sem abaixar a cabeça, caso contrário, muitos acabam nos achando incapaz. Tem lugar que a pessoa já olha diferente pra gente, mas no final, conseguimos desempenhar a função de maneira satisfatória”, avalia.

  Como atua na logística dos grãos, muitas vezes ela dorme longe de casa, mas destaca que o padrão adotado pela cooperativa é muito satisfatório. “A Coopermota tem um padrão bom. A gente fica uns dias no trecho, mas volta para casa com frequência. Sempre digo que em relação a outros cargos que tive, aqui na Coopermota tenho vida. Consigo conciliar meu trabalho com a minha vivência em família”, comemora.

   Neste Dia Internacional da Mulher, Andréia destaca a importância de nunca desistir. “A gente tem que correr atrás das nossas metas e buscar superar os desafios. A vida é um eterno desafio, cheia de altos e baixos. Diante disso, busco colocar amor em tudo que eu fiz. Tem que colocar amor em tudo e entrar de cabeça”, conclui.

 


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