Soja deve apresentar recuperação variando entre 20% a 60%
APÓS CHUVAS
A reação das plantações varia de acordo com a realidade de cada região e os manejos adotados As lavouras mais adiantadas foram as mais afetadas pela estiagem, tendo em vista que a colheita estava prevista para o início de fevereiro e, portanto, as alterações no desenvolvimento das plantas não poderão ocorrer em um período muito extenso. Nestes casos, a soja terá poucos dias para terminar o preenchimento dos grãos e iniciar o processo de amadurecimento para a colheita. Em outros casos, deve haver alteração no ciclo da soja, tendo em vista que algumas já tinham abortado canivetes e com a chuva ainda puderam repor este déficit. Grande parte das lavouras do Vale Paranapanema receberam um volume de chuva considerável entre o final de dezembro e os primeiros dias deste ano. Diante desta realidade, a previsão é de melhores condições de desenvolvimento para as plantações de soja e uma recuperação que deve variar entre 20% e 60%. Para o agrônomo da Coopermota, Ermínio Maresciallo, as plantações em que a soja estavam sentindo os efeitos da estiagem com mais intensidade, a recuperação foi verificada de forma mais tímida, porém entre as sojas mais novas, a reação foi ainda melhor. Neste contexto, a estimativa é que a perda de produtividade siga uma média de 25% a 30%. Contudo, a distribuição da chuva ainda ocorre de forma irregular. Neste domingo, por exemplo, em alguns lugares de Ibirarema foram registrados 100 milímetros enquanto que em outros, o volume não passou de 15. A produtividade da região deverá ser variável de acordo com a condição climática e diversos outros fatores relacionados ao manejo e a escolha do cultivar utilizado, por exemplo. Maresciallo comenta que o sol forte registrado na última semana de dezembro sacrificou o desenvolvimento de muitas plantações, pelo menos entre as lavouras da região de Ibirarema, Campos Novos Paulista e Palmital, onde ele atua. Ele cita, no entanto, que em alguns lugares a soja está muito boa, já que a chuva não foi tão irregular quanto em outras localidades. O agrônomo explica que alguns produtores utilizaram fertilizantes que possuem tecnologia de liberação gradual dos nutrientes destinados à planta, conforme a quantidade de água no clima e no solo. Dessa forma, em situações de melhor umidade a liberação de nutrientes será mais intensa e por isso é difícil já fazer previsões sobre o desenvolvimento da soja. “Nos lugares em que choveu na véspera do Natal e no Natal, por exemplo, a diferença da realidade da soja em relação aos dias anteriores é absurda”, afirma. Ele estima que algumas lavouras devem surpreender quanto à sua produtividade.