Manejo adequado do solo após colheita reduz uso de herbicidas
CONTROLE DE ERVAS DANINHAS
Pelo menos 20 agrônomos da Coopermota estiveram presentes no evento que avaliou a ação de produtos químicos em relação a ervas daninhas na região O uso inadequado de herbicidas e insumos tem sido um dos agentes causadores de resistência de ervas daninhas a determinados produtos, antes destinados à sua eliminação. Diante disso, os resultados de 24 experimentos em plantio de soja e milho foram apresentados na manhã de ontem pela equipe técnica da Monsanto, durante dia de campo realizado na propriedade “Pica-pau”, do produtor Joaquim Pio, localizado no bairro Água da Faxina, em Cândido Mota. Na ocasião, o manejo adequado logo após a colheita foi indicado como crucial para a eliminação de ervas daninhas antes do plantio subsequente, o que reduz consideravelmente o uso de herbicida, mantendo uma produção mais saudável e rentável. Foram apresentadas experiências realizadas com diferentes dosagens e produtos, em áreas de soja e milho, sendo 16 da primeira e 8 da segunda. Quase 100 pessoas, entre agrônomos, técnicos agrícolas e produtores participaram do evento, que encerrou uma série de ações realizadas pela multinacional na região de Assis voltadas ao estudo do uso de pré e pós-emergentes, diretamente ligados ao controle de ervas daninhas. Pelo menos 20 agrônomos da Coopermota, atuantes nas cidades de abrangência da cooperativa estiveram presentes nesta atividade. A agrônoma, Flávia Polinski expôs algumas alternativas para que o produtor faça um controle adequado contra a erva daninha, evitando que subdosagens ou superdosagens de produtos químicos, bem como a ausência de manejos eficientes, contribuam para a permanência de populações de plantas indesejadas nas lavouras. Ela destaca que o ideal é que se possibilite a manutenção de um equilíbrio no sistema natural do ambiente. Em alguns casos expostos aos produtores, a aplicação de pós-emergente realizada depois de 20 dias de germinação também afetou a soja que, neste caso, terá redução de produtividade, ainda que, em longo prazo, a planta consiga se recuperar do impacto causado pelo herbicida. De acordo com o agrônomo, Gladson Lopes, em alguns casos a quebra de produtividade pode ser de até 30% devido à ação do pós-emergente aplicado no momento errado. Entre as ervas daninhas existentes no Vale Paranapanema e que já são resistentes ao uso de herbicidas estão o capim margoso e a buva. Lopes alerta ainda que não há nenhuma garantia de que o Azevém, já encontrado no oeste do Paraná, não se alastre no Vale, embora o clima local não lhe seja favorável. Ele explica que o tráfego de caminhões e pessoas viabiliza a migração de tais ervas daninhas entre estados, países e até continentes. O azevém, no entanto, é uma cultura plantada no sul do Brasil, utilizada naquela região como cobertura vegetal do solo e se desenvolve bem em climas mais amenos.
Região tem situação controlada Na avaliação da equipe da equipe técnica da Monsanto que conduziu os experimentos relacionados à ervas daninhas no Vale Paranapanema nos últimos quatro anos, atualmente a região está com uma incidência baixa de plantas resistentes a produtos químicos. O agrônomo Magno Barcarol conta que nos dois primeiros anos de ações realizadas com atenção ao tema na região, alguns produtores reclamavam de dificuldade no controle de determinadas plantas, considerando-as como resistentes ao herbicida, porém destaca que na verdade, a ausência de um manejo adequado logo após a colheita fazia com que as ervas daninhas se desenvolvessem muito. Neste caso, o controle tardio das plantas era praticamente impossível. Polinski acrescenta que a buva já representou um problema bastante recorrente na região, mas destaca que o ideal de controle desta praga é que ela esteja em estágio inicial de desenvolvimento, tendo em vista que ela possui um caule grosso e capacidade de armazenagem de nutrientes bastante grande. O capim margoso, por sua vez, traz danos à rentabilidade da soja porque suga muita água do solo.