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Com o fim das queimadas na cana, a cigarrinha se desenvolveu de forma mais intensa no Vale Paranapanema
Estudo realizado por empresas especializadas no setor rural avalia que a ação de cigarrinhas nas lavouras de cana do Vale Paranapanema já afetou 22% da produção esperada para esta safra. O fim das queimadas para o corte da cana favoreceu o surgimento desta praga na região, que neste período encontra o clima ideal para o seu desenvolvimento.
Este e outros temas relacionados as pragas nas lavouras de cana foram abordados em palestra realizada no auditório da Coopermota, na noite desta terça-feira, dia 13. O agrônomo, Adalberto Luis Bózoli, representante da empresa Bayer, comenta que todas as lavouras da região já têm casos de ataques da cigarrinha, que surgiu com mais intensidade nesta área nos últimos três anos. O seu controle deve ser realizado de forma sistemática para evitar perdas expressivas. Segundo Bózoli, caso a cigarrinha não seja controlada, ela pode reduzir em até 80% a estimativa de produção da região.
O agrônomo explica que na fase de ninfa, a cigarrinha tem uma capacidade maior de destruição das lavouras. A cigarrinha destrói as raízes da cana e destrói as suas folhas. Para o controle, o produtor precisa fazer um levantamento da incidência de cigarrinhas na cana a cada 15 dias. Se houver mais de duas ninfas por metro quadrado já é necessário fazer a aplicação de inseticidas na forma de pulverização tratorizada ou aérea. Neste caso, a Bayer indica a utilização do Curbix, na proporção de dois litros por hectare.
Sphenophoro
Outra praga que também preocupa os produtores da região é o Sphenophoro, que causa a destruição das raízes da cana. Bózoli avalia que, pelo menos, 50% das lavouras da região estão sendo atacadas por esta praga, porém nem todos os produtores já notaram a sua incidência. No entanto, ainda não há dados específicos sobre a praga no Vale Paranapanema. O surgimento do Sphenophoro na região está relacionada ao transporte de mudas contaminadas, provenientes, principalmente, de Piracicaba. “A maioria só vai perceber na colheita”, diz. O Sphenophoro provoca o secamento das folhas da cana na forma de reboleiras, ou seja, em regiões de manchas esparsas na plantação, podendo chegar a uma quebra de 100%. Tanto a Cigarrinha como o Sphenophoro trazem grandes prejuízos aos produtores, porém o controle do Sphenophoro é mais difícil.
O tema também foi abordado em palestra na unidade de Palmital.