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Produtores recorrem à armazenagem como trunfo o controle da produção à espera de altas do mercado

26/02/2015

Produtores recorrem à armazenagem como trunfo o controle da produção à espera de altas do mercado

  • GRÃOS SEGUROS
Na Coopermota, a capacidade total de armazenagem é de 164 mil toneladas de grãos
 
Um grande número de produtores tem optado por deixar estocada a produção colhida nos campos para comercializar o seu produto somente em períodos de melhores vantagem comerciais no mercado. Analisar as variações do mercado e com base nessas informações tomar a decisão mais acertada em relação ao momento de venda da produção colhida, levando em consideração as altas e baixas do mercado de grãos tem sido um trunfo dos produtores frente às constantes variações do mercado interno e externo. Na Coopermota, por exemplo, o valor da saca de 60 quilos de soja variou de R$ 53,00 a R$ 61,50 desde a colheita até o período atual, iniciando o mês de dezembro cotada a R$ 60,00. A oleaginosa chegou a patamares ainda maiores em outras regiões do país, conforme dados da agência Safras & Mercado, sendo cotada no Rio Grande do Sul e no Paraná a R$ 66,00, a saca.
Especialistas destacam que a possibilidade de manutenção do armazenamento da produção em silos amplia a margem de controle do produtor frente à espera de melhores preços, tendo em vista a tendência de queda deste commodity em casos de grande oferta do produto no mercado.
Conforme dados de pesquisa divulgada pelo analista de planejamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Paulo Morceli, em Congresso Brasileiro de Soja, realizado em Cuiabá/SP, o produtor que precisa vender a soja na medida em que realiza a colheita deixa de ganhar, em média, 20% dos valores dos grãos, em relação aos valores cotados no período do plantio.
Diante de tais vantagens, existe uma grande quantidade de silos na região. Na Coopermota, somente em Palmital, a capacidade de recebimento de grãos foi ampliada em 12 mil toneladas, o que garantiu o armazenamento de até 48 mil toneladas de grãos naquela unidade. Já em Cândido Mota, mais quatro silos de quatro mil toneladas foram construídos na área do Silo II, totalizando uma capacidade de estocagem de 49 mil toneladas naquele espaço. Com os investimentos recentes em armazenagem, a Coopermota expandiu a sua capacidade geral de armazenamento para um total de 164 mil toneladas, com unidades de recebimento em Taciba, Iepê, Santa Rosa, Cândido mota, Palmital, Ibirarema, Campos Novos Paulista e Ipaussu. Além disso, ainda conta com parcerias formalizadas com empresas privadas que ampliam a sua capacidade estática de armazenamento.
Em todo o país, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que 20% de toda a produção brasileira desta safra será mantida estocada para posterior comercialização.
 
Conservação dos grãos
A globalização e a ampliação das fronteiras de negócios, aumentou a necessidade de atuação dos produtores no mercado por meio de representações coletivas, como no caso, por meio de cooperativas, para fazer frente ao aumento da concorrência e para a obtenção de tecnologias necessárias ao incremento da atividade, bem como para maior viabilidade logística do empreendimento.
Porém, esta atuação no mercado está diretamente atrelada à qualidade do grão a ser comercializado, a qual não depende apenas de uma boa condição climática verificada no campo até a colheita da safra, mas também de condições adequadas de armazenamento. O gestor de armazenagem da Coopermota, Djalma Franco Soares, explica que a termometria, a aeração e, principalmente, o acompanhamento constante de toda a produção armazenada são aspectos cruciais para um bom resultado de estocagem. O armazenamento a longo prazo exige alguns cuidados como o controle da temperatura do grão e de cuidados com pragas. “Quanto mais quente maior o risco de perdas, por isso é necessário o acompanhamento diário nos silos. Nós tomamos conta do que é dos produtores e por isso agimos com extrema rigidez para a garantia da sanidade e da qualidade do produto que comercializamos”, diz. Ele explica que na região do Médio Paranapanema, no entanto, não há muita interferência de insetos no armazenamento da soja.
Outra facilidade obtida por meio do sistema de armazenamento via cooperativa, diz respeito à rede de silos oferecida ao produtor. Franco acrescenta que esta realidade facilita a logística de armazenagem da safra em diferentes regiões do Vale, pois o silo está próximo dos locais de recebimento e também da comercialização do produto. “Armazenar em cooperativas significa uma opção pela segurança em relação à qualidade de sua produção”, afirma.
 
Armazenagem e Comercialização
O gestor de comercialização da Coopermota, José Dias, avalia que se o produtor estiver capitalizado ele opta pelo armazenamento da produção à espera de melhores condições de preço, contudo, esta definição entre a estocagem ou o escoamento imediato da produção varia bastante a cada safra, sendo diretamente influenciada por diversos fatores do mercado interno e externo. Além disso, ressalta que a cooperativa opta sempre pela transparência quanto à flutuação do mercado e a situação de compra e venda dos grãos, informações importantes que favorecem o agricultor na comercialização de sua produção.

 


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