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Restaurante mantém tradição caipira na decoração e no fogão

17/09/2014

Restaurante mantém tradição caipira na decoração e no fogão

  • VALOR CAIPIRA
O local é ambientado com peças de décadas passadas, incluindo velhas máquinas de costura e objetos que compuseram o cotidiano caipira da região
As tecnologias têm avançado em grande velocidade nos últimos tempos, porém os valores e a cultura caipira ainda são preservados por alguns produtores rurais e amantes desta vida. Distante a 20 quilômetros de Cândido Mota, no distrito de Porto Almeida, o restaurante caseiro da família “Silveira Eugênio” segue o ritual caipira de produção artesanal da comida em um ambiente que remete a tempo antigos. Neste espaço, as lembranças e sensações guardadas na memória podem ser revividas. Na cozinha de Maria Ignês da Silveira Eugênio, nada é congelado, toda a carne é fresca e, no caso do frango, seu principal prato, ele é criado no próprio terreiro do sítio, ao lado de outros animais que servem como atrativo aos visitantes. Entre eles estão os cavalos, pavões, pássaros, coelhos e outros. A casa hoje aberta ao público, sempre foi da família, tendo sido mantida na família há pelo menos duas gerações.
O ambiente é composto por diversos objetos antigos, destes que compõem o cenário do imaginário caipira como aqueles citados anteriormente. Na carroça são expostos os doces preparados por Ignês, como o doce de leite, de banana e de abóbora, comercializados como sobremesa do almoço repleto de quitutes que lembram a vida no campo.
Aos sábados e domingos a mesa é ainda mais farta, recebendo dezenas de famílias. Neste caso, comer significa contemplar o paladar e fazer aquela cesta após a refeição, ao lado dos familiares. Nos finais de semana, a mesa é composta por quinze pratos diferentes, que vão desde a mandioca cozida e coberta por alho tostado, peixe, quiabo e suflê de abobrinha até as carnes como a linguiça de porco frita, o pernil assado com preparo à pururuca, a costela de boi cozida com bacon, o frango caipira acompanhado de polenta e o famoso torresmo. No total, são produzidos aos finais de semana, cerca de 120 quilos de comida. Para o tempero, é gasto um quilo de alho em uma semana.
Depois de tudo pronto, os alimentos são levados ao salão de alimentação, mantidos em temperatura ideal para o consumo, em banho-maria, no fogão à lenha. “As pessoas que comem aqui relembram a vida que tiveram no sítio. A maioria viveu no sítio por aqui. Então fazemos tudo para que o ambiente preserve as tradições e cultura do tempo mais antigo”, diz Roberval Aparecido Eugênio, esposo de Maria Ignês.
 
A demanda de interesse que virou comércio
A família Silveira Eugênio morava no distrito de Porto Almeida no final da década de 1990 e possuía um mercadinho. Com a vinda de trabalhadores para a construção das barragens da Canoas I em Cândido Mota e a fama de boa cozinheira de Maria Ignês, houve a proposta para que ela cozinhasse para eles. “Eu disse que íamos fazer uma experiência e se fosse bom pra mim e para eles a gente continuaria”, lembra. Os trabalhadores permaneceram por cerca de quatro anos na região e Ignês continuou cozinhando, primeiro para conhecidos e amigos, depois o empreendimento se estendeu para a formatação atual do restaurante caseiro. Depois de algum tempo de volta ao sítio, o casal manteve o restaurante por aproximadamente um ano e depois convidou o filho, Roberval, que era sommelier em um restaurante em São Paulo, para se tornar sócio do empreendimento. A parceria do casal com o filho tem dado bons resultados e envolve toda a família na produção da comida caipira aos domingos. 
 
Matéria completa na revista O Campo. Acesse pelo site.

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