Pelo menos 500 alunos da escola estadual Francisca Duarte, de Ibirarema, assistiram a peça “Com+juntos”, da Cia A hora da história, de São Paulo. Por meio de uma interação lúdica com os alunos do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, as atrizes Camila Cassis e Natália Grisi abordaram questões sobre o cooperativismo, durante a apresentação que durou cerca de uma hora. A atividade foi viabilizada pela Coopermota e o SicoobCredimota, por meio do projeto Mosaico Jovem, do Sescoop, em parceria com a direção da escola.

Além de serem espectadores da “contação de história”, os alunos também fizeram parte do enredo, sendo chamados a compor a equipe de personagens da peça. As histórias contadas pelas atrizes deram destaque à importância de ações realizadas em parceria entre os indivíduos. Nas histórias, os bichos do mar se uniram para salvar um ser vivo que caía nas águas dos oceanos. Em outra situação, buscavam a cooperação entre os animais na disputa de forças entre os bichos mais fracos e os mais fortes, entre outras abordagens.

A peça, com perfil infanto-juvenil, atraiu tanto os estudantes mais novos, quanto os adolescentes. A estudante Vitória Beatriz Inácio Aragão, de 10 anos, foi escolhida pelas atrizes para ser a pedra que ajudava a tartaruga no cabo-de-guerra contra o elefante. Ela conta que não sabia que haveria uma apresentação na escola e diz ter "adorado a surpresa". Lembra que quando morava no Espírito Santo, tinha mais oportunidades de visitar teatros e assistir a peças como a que pôde ver na escola e diz gostar muito desta arte. "Quero ser atriz quando crescer", afirma. Conta que neste ano viu outro espetáculo, mas também na escola, já que não há opções de teatro na cidade. 

Da mesma forma, Geovana Cassiola Bandeira, de 11 anos, conta que gostou da brincadeira em que uma das atrizes a chama como "D.Lula", a qual oferecia sugestões para salvar o ser vivo que caía na água. A estudante mudou-se para Ibirarema no ano passado. Ela morava em Ribeirão do Sul, onde fazia circo. "Eu era contorcionista e fazia magias. Fiz circo por cinco anos, mas aqui não tenho mais como praticar esta arte", conta. Diante disso, afirma gostar das expressões artísticas e corporais. "Gostei muito",  afirma.

 

 

Por meio de programas mantidos pela Coopermota e demais cooperativas, várias atividades culturais têm sido realizadas em cidades do interior. Antes de apresentar a peça em Ibirarema, as atrizes Camila Cassis e Natália Grisi estiveram em Mirassol e Pompéia. Ambas demonstram empolgação ao se apresentar em cidades de pequeno porte no interior de São Paulo. Elas justificam que se sentem satisfeitas por que nestas cidades é mais difícil o acesso à cultura e a existência de apresentações teatrais como essas. É uma forma de ampliar o acesso delas à cultura. Por meio destas ações, as apresentações são direcionadas a diferentes públicos. "Ontem, por exemplo, apresentamos em uma escola com crianças de menor idade e a interação delas ocorre de forma diferente", comenta. 

Grisi destaca que o teatro possui uma abrangência sensorial que transcende a classificações etárias ou qualquer outra padronização. Conta que na apresentação de Ibirarema os mais velhos demonstravam resistência e acabaram se envolvendo com a peça. Ao final da contação de histórias, um dos adolescentes procurou uma das atrizes para agradecê-la pela oportunidade, afirmando que mudou de astral por meio das interações e descontração trazida no espetáculo Com + juntos. 

O gestor da unidade de Ibirarema, Ronaldo Garcia, destaca que faz parte do papel da cooperativa também oferecer benefícios que atendam à toda a comunidade onde está situada a unidade. "Os projetos educativos e culturais que participamos visam complementar a nossa atuação de atendimento ao agricultor", diz. Dessa forma, a cooperativa cumpre a sua função social e cultural, valorizando iniciativas que favoreçam tais abordagens.