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Planejamento para uma recuperação do setor na safra 2014/2015

13/08/2014

Planejamento para uma recuperação do setor na safra 2014/2015

  • CANA DE AÇÚCAR
A expectativa é que haja uma regularização do estoque mundial e a valorização no preço do açúcar até esta data
 
O período de acentuada elevação na temperatura no início do ano afetou a todos os produtores do Vale Paranapanema, seja da área de grãos ou das gramíneas, como é o caso da cana-de-açúcar. No setor canavieiro, as consequências das altas temperaturas e a falta de chuva entre janeiro e fevereiro foi a redução da produção da cana em cerca de 5%, nas propriedades localizadas no Vale, conforme levantamento ainda não totalizado.
O diretor da Cia Agrícola Santa Amélia, Walter Luiz Rodrigues Martinho, conta que as lavouras que já estavam com as canas praticamente prontas para a colheita sentiram mais a influência do clima, proporcionando uma redução de produtividade nestes talhões entre 3% a 5%. Porém, a expectativa é que o mercado da cana-de-açúcar comece a reagir, seja no que se refere à sua produtividade ou à valorização de preço, na safra 2014/2015. As previsões apontam para uma atenção ao mercado interno para o açúcar e a regulagem dos estoques mundiais para esta safra.
Ele cita que além das questões de redução na safra atual, o setor passa por um período crítico no que se refere ao preço do produto no mercado. No setor da produção açucareira, direcionado principalmente ao mercado de exportação, houve um acúmulo de estoque nos últimos dois anos que resultaram na queda dos preços. O valor da cana-de-açúcar nesta tem se mantido abaixo do patamar médio dos últimos três anos. Já no mercado do álcool, os impactos negativos estão atrelados à medida do Governo Federal em segurar o preço deste produto para o controle da inflação nas safras 2011/2012 e 2012/2013.
Em meados de abril, por cerca de 15 dias a Cia Agrícola realizou ações concomitantes tanto de colheita como de plantio para a safra seguinte. Marinho explica que entre fevereiro e maio ele realiza o primeiro período de cultivo da cana no ano, com um intervalo no inverno e conclusão do plantio entre setembro e novembro. “Cada vez mais a colheita da cana está mecanizada no Vale Paranapanema. Nós já estamos com praticamente toda a área mecanizada. Só não adotamos a colheita mecânica nas áreas em que temos que realizar alguma intervenção de cuidados do solo, seja por erosão ou doenças, entre outros”, afirma. Já o plantio vem sendo realizado 50% de forma manual e outros 50% mecânico. Martinho destaca que para o plantio ainda estão sendo desenvolvidas as tecnologias adequadas para esta iniciativa.
Há pelo menos cinco anos a colheita de cana vem sendo realizada de forma mecânica, em grande parte dos canaviais paulistas. Com isso, ocorreram algumas modificações no cenário agroeconômico, tendo o surgimento de pragas e ervas daninhas que antes não eram comum devido à queima da palhada para a colheita manual. Entre as pragas que atualmente são tidas como preocupantes estão a Cigarrinha de pastagem, o Sphenophoro e a Broca, já tradicional no meio.
 
 
Rotação de cultura - cuidar do solo e aumentar produtividade
O gerente da propriedade em questão, Walter Martinho, diz que a rotação de culturas é tida por ele como algo imprescindível, nas áreas de reforma de solo. Segundo ele, mesmo sem mensurar precisamente os ganhos que obtém por meio desta prática. A iniciativa traz benefícios já comprovados, seja para o próprio solo, ambiente e à produtividade.
Pelo menos 20% de sua área sempre está em período de reforma de solo. Há vários anos a reforma era realizada com leguminosas e adubação verde, porém há três anos investiu no plantio de soja na palhada da cana para aproveitar também os benefícios comerciais da cultura. Nesta iniciativa de incluir a soja entre as culturas de reforma, visando agregar valor e dar boas condições de planejamento da cana, a propriedade recebeu apoio e assistência técnica da Coopermota, tanto na área de insumos quanto na comercialização do grão. Além disso, Martinho destaca que a soja reduz as ações de preparo do solo para a semeadura da cana como cultura seguinte.
Com a adoção desta cultura, houve uma considerável redução nos custos iniciais de produção, já que neste sistema elimina-se a realização dos manejos de aragem, gradagem e remoção de solo, antes necessários na preparação do cultivo da cana. A estimativa é que a redução de custo tenha ficado em torno de 15% sobre o montante investido nesta fase de produção nos anos anteriores.
 
Sem queimadas
O estado de São Paulo deve chegar a 100% de colheita mecanizada entre 2016 e 2017. A Secretaria do Meio Ambiente e da Agricultura do Estado de São Paulo divulgou em abril que desde o início do período de redução da colheita manual, sete milhões de hectares de cana deixaram de ser queimados na última safra
 
 

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