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Parceria entre a Coopermota e o Sescoop traz a cultura dos grandes centros ao interior

16/06/2014

Parceria entre a Coopermota e o Sescoop traz a cultura dos grandes centros ao interior

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Os espetáculos são trazidos para a região de Assis, Cândido Mota, Palmital e Presidente Prudente por meio de diferentes programas culturais cooperativos
 
Dezenas de grupos teatrais são trazidos anualmente pela Coopermota, em parceria com o Sescoop/SP, para municípios do interior paulista, onde a cooperativa possui unidades instaladas. A iniciativa possibilita a descentralização do acesso à cultura, trazendo espetáculos dos grandes centros do estado para o interior paulista. Os grupos teatrais e de atividades culturais variadas se inscrevem em editais do Sescoop, os quais são reunidos em propostas encaminhadas às cooperativas vinculadas ao sistema. Diante do cronograma disponibilizado são escolhidas as ações que atendem aos interesses das comunidades ligadas às cooperativas e, neste caso, à Coopermota.
Somente em 2013 foram seis grandes espetáculos de teatro, que utilizaram técnicas de magia, bonecos, contação de histórias e diferentes recursos cênicos para entreter o público. Neste ano, as iniciativas que se concentravam no segundo semestre agora foram descentralizadas durante os doze meses. Em abril, a peça “A água de fugiu do lago”, da Cia Arueiras do Brasil, foi exibida em Ibirarema, Paraguaçu Paulista e São José das Laranjeiras, junto a crianças do ensino fundamental destes municípios.
A Cia é sediada em Praia Grande e desenvolve trabalhos ligados à temática infantil, com abordagens às questões ambientais e educativas de uma forma geral. Com trabalhos autorais, desenvolvem suas pesquisas e produções para o público escolar, intitulando-se como arte educadores. Em “A água que fugiu do lago”, as músicas foram produzidas pela atriz e membro do grupo, Arlete Ramello, com a autoria do roteiro de Edivaldo Costa e interpretações destes dois atores e da atriz Delba Baraldi, também produtora da Cia.
O grupo está há 23 anos juntos e começou a desenvolver trabalhos em escolas desde 1991, um trabalho inovador para o período. Baraldi enfatiza que a proposta de levar o teatro para as escolas contribui para o processo de formação de público para a cultura, possibilitando o acesso dos estudantes a iniciativas que não são comuns no circuito cultural de cidades do interior do estado. “A vezes nem há casas de teatros nos municípios que vamos e os pais não tem o costume de frequentar este tipo de atividade”, afirma.
Ramello, por sua vez, afirma achar muito bom fazer espetáculos no interior e avalia que na maioria dos casos as escolas destas localidades estão em uma situação mais avançada do que as escolas da capital, sendo mais limpas, com trabalhos manuais em maior evidência, entre outras coisas. Ela afirma perceber que no interior a família tem uma interferência mais direta no ambiente escolar e o educador convive com os pais dos estudantes não só na escola como também em outras localidades, o que facilita a aproximação de ambos. Já na capital, ela cita que por haver maior demanda de alunos e haver uma série de outros fatores, a realidade é mais difícil.
No que se refere à arte e às questões de financiamento, situação que geralmente estão ligadas aos grupos que desenvolvem ações nesta área, Costa afirma que as dificuldades foram amenizadas graças às leis de incentivo e os programas específicos dos governos estadual (São Paulo) e federal, como o ProAc, Lei Rouanet e outras. No entanto, cita que ainda há barreiras a serem enfrentadas. Além disso, comenta que muitas empresas perceberam o poder que a arte tem para a transmissão de mensagens junto a diferentes públicos e muitas delas fazem projetos e programas que dão sustentação a iniciativas como essa.
Ramello, no entanto, disse que ainda falta muito incentivo dos governos municipais à cultura, sendo raros os casos de iniciativas locais para este setor. Ela acrescenta nos casos em que há alguma lei ou programa municipal, as fontes, normalmente, são desviadas para outros fins.

 


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