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Piscicultores devem estar atento à temperatura das águas

09/05/2014

Piscicultores devem estar atento à temperatura das águas

  • MONITORAMENTO
Alterações na água resultam em queda de resistência do sistema imunológico dos peixes, os quais se tornam alvo de bactérias e fungos
 
Pelo menos 10 mil metros cúbicos de água das represas Canoas I e II sejam utilizadas para a produção de peixes em tanque-redes. Nesta cultura, além dos cuidados diários no trato com os peixes, é também necessária a atenção quanto à temperatura das águas, tanto para o frio, que se aproxima, quanto para o calor, como o verificado no início do ano. A elevação da temperatura das represas, em janeiro e fevereiro deste ano resultou na mortandade de peixes e trouxe problemas para a cultura.
Quando há uma situação de elevação acentuada na temperatura da água, o piscicultor deve tomar alguns cuidados para reduzir o percentual de morte dos peixes. Mesmo assim, os prejuízos não estão descartados. Na ocasião, a temperatura das represas da região apresentou uma elevação de aproximadamente 10°C por cerca de 20 dias, em relação ao padrão ideal de desenvolvimento dos peixes, em torno de 25°C. Circunstâncias como essa favorecem a multiplicação de algas nas represas, as quais consomem grande quantidade do oxigênio que está disponível na água. Conforme explica o zootecnista, doutor em aquicultura, Munir Zanardi, os fitoplânctons que se desenvolvem nestas condições consomem o oxigênio durante a noite e eliminam gás carbono durante o dia e, dessa forma, os peixes sofrem tanto com a falta de oxigênio, quanto pelo estresse causado por esta situação. Aliado a isso, a temperatura elevada da água faz com que aumente o metabolismo dos peixes, os quais passam a consumir a ração em maior quantidade e por isso necessitar de mais oxigênio para a digestão dos alimentos consumidos. Nestas condições, a resistência imunológica dos peixes apresenta uma redução considerável, o que favorece a entrada de bactérias e fungos.
A partir de cinco dias de contaminação dos peixes com as bactérias elas começam a se manifestar com alterações físicas nos animais. A cura, normalmente, ocorre com a adoção do uso de antibióticos na alimentação diária dos peixes. Contudo, o zootecnista enfatiza que esta prática nunca pode ser realizada como medida preventiva, já que tal fato pode gerar resistência das bactéricas ao princípio ativo do medicamento.
Os problemas são ampliados em condições de produção no sistema super intensivo, como é o caso dos tanque-redes. Em sistemas de tanques escavados os problemas são amenizados, já que neste caso é possível a utilização de aeradores e o aumento da entrada de água para a reposição de oxigênio. Zanardi explica que a mortandade de peixes é maior nos casos em que os taque-redes são instalados em baías, onde a renovação de água é menor em relação as regiões de maior correnteza. Ele destaca que nos casos em que a movimentação da água está abaixo de 6m/h o risco é maior.
 
Medidas preventivas diante de altas temperaturas
A morte dos peixes por falta de oxigênio em decorrência da elevação da temperatura da água atinge prioritariamente os peixes grandes, que necessitam de mais oxigênio para a digestão dos alimentos ingeridos. Diante disso, nos casos em que há um aumento expressivo da temperatura da água onde estão situados os tanque-redes, a indicação é de que seja cortado ou reduzido o trato dos peixes, com a adoção da menor quantidade possível de ração aos animais, preferencialmente nos horários mais frescos do dia, evitando ainda qualquer tipo de manejo. Tais iniciativas reduzem o estresse dos peixes, bem como visa manter normalizado o metabolismo dos animais e consequentemente, reduzir a sua necessidade de oxigênio.
Além disso, é importante a utilização de rações que possuam menor teor de gordura e níveis mais alto de vitamina C, seguindo a recomendação para cada fase dos peixes. A Coopermota possui diferentes tipos de ração com padrões ideiais para cada condição de desenvolvimento dos peixes.
 

 


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