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Aumento do ataque de percevejos exige até o dobro de aplicações de inseticidas

03/04/2014

Aumento do ataque de percevejos exige até o dobro de aplicações de inseticidas

  • CONTROLE DE PRAGAS
Nas áreas em que o milho está cultivado próximo a plantações de cana ou em bordaduras de carreadores de propriedades o ataque é mais severo
 
A quantidade de percevejos barriga verde encontrados nas plantações de milho nesta safra de inverno causou preocupação aos produtores do Vale Paranapanema. A cada ano, o controle desta praga tem exigido um uso maior de insumos. Grande parte dos agricultores chegou a fazer quatro aplicações com doses cheias, conforme recomendação do fabricante, para que a população dos percevejos atingisse um patamar aceitável de dano às lavouras. A infestação foi geral na região, afetando as plantas principalmente no período vegetativo, entre V2 e V5. No entanto, a situação já está controlada, sem prejuízos ao desenvolvimento das plantas.
O departamento de assistência técnica da cooperativa tem acompanhado as condições das plantações. De acordo com o técnico da Coopermota, Paulo Cézar Antunes (Gamarra), o controle tem sido orientado de forma que a quantidade de percevejos não afete o desenvolvimento da safra. Ele comenta que nas áreas em que o milho está cultivado próximo a plantações de cana ou em bordaduras de carreadores de propriedades, onde normalmente há mais mato e ervas daninhas, o ataque é mais severo, já que o percevejo é um inseto migratório.
Diante desta realidade, a orientação aos produtores é para que façam o monitoramento constante das lavouras, não utilizem com frequência os produtos do mesmo grupo químico, bem como realizem o controle das ervas daninhas de forma satisfatória. Além disso, Gamarra enfatiza a necessidade de se manter os cuidados com os equipamentos e a forma de aplicação dos produtos.
O produtor Valdeciro Rocha Dantas e o filho Kauê Antônio Ireno, realizaram nesta semana a quarta aplicação de inseticida contra o percevejo, na propriedade São José, localizada na Água da Queixada, em Cândido Mota. Eles contam que neste ano está sendo mais complicado controlar esta praga. “No ano passado fizemos duas aplicações e neste ano já estamos na quarta”, comenta. Considerando que houve um aumento de 100% na quantidade de aplicações e valorização no preço dos produtos utilizados, o custo de produção para a safra de inverno na propriedade de Dantas será bastante superior neste ano. “Espero fazer apenas mais uma aplicação de insumos na minha área, desta vez de fungicida, quando o milho estiver na fase de pré pendoamento”, afirma o pai. “Já vinham falando sobre a possibilidade de ter mais percevejos no milho neste ano, mas mesmo assim nos surpreendemos”, acrescenta o filho.
Ireno comenta que a colheita da soja que cultivou com o pai na safra de verão não atingiu o patamar de produção estimado, ficando com uma produtividade em torno de 90 sacas por alqueire. Porém, afirma ter boas expectativas para a safra de inverno. Segundo ele, se o milho chegar à média de produção que vinha obtendo nas outras safras, cerca de 230 sacas por alqueire, a situação econômica afetada pela soja será recuperada.  

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