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O controle químico deve ser alternativo e acompanhado de outras formas de manejo
Ela já é conhecida pelo produtor e ainda causa transtornos no que se refere ao seu controle. A buva adquiriu características resistentes ao uso de glifosato, o que dificulta a sua eliminação das plantações.
As plantas de buva resistentes ao defensivo conseguem impedir o transporte do herbicida para as suas raízes, concentrando o produto no ponto em que ele foi aplicado. O manejo desta praga, portanto, deve ser realizado continuamente, como a eliminação das plantas que crescem nas margens de estradas, entre outras medidas. O pesquisador da Embrapa, atuante na área de manejo de plantas daninhas na cultura da soja, Dionisio Luiz Pisa Gazziero, explica que as minúsculas sementes da buva disseminam-se pelo vento com muita facilidade e, dessa forma, salienta que os maiores problemas de manejo são observados quando o seu controle é realizado somente na dessecação de pré-semeadura da cultura.
Entre as culturas que contribuiem para a eliminação da buva, normalmente utilizadas como cobertura de solo, estão a aveia, o nabo forrageiro, a Brachíaría ruzízíensis, entre outras. Contudo, o ideal manejo de controle desta praga também contempla a adoção de um sistema de rotação de mecanismos de ação e na eliminação dos exemplares que sobreviveram às aplicações de herbicidas. É importante que haja sempre a rotação de culturas e os equipamentos sejam limpos com frequência para que eles não sirvam como transporte da buva entre uma localidade e outra. Gazziero lembra que quando a planta possui menor porte ela é controlada com maior facilidade e, portanto, o produtor deve usar todas as estratégias para tentar reduzir tanto o número de buvas das plantações como também o tamanho dos exemplares da praga.
O manejo de plantas daninhas de uma forma geral tem o objetivo de controlar as invasoras com sustentabilidade e vantagens econômicas. “Por ser rápido e prático, o controle químico é o mais utilizado, mas os herbicidas devem ser vistos como alternativas e parte integrante de um programa de manejo. Nos anos 1980, plantas resistentes como o leiteiro, capim -marmelada e picão-preto, se tornaram resistentes devido ao uso intenso de herbicidas do mesmo grupo de ação, provocando, de forma rápida, a disseminação destas espécies. Com um manejo inadequado, o banco de sementes das plantas daninhas foi aumentando, agravando o problema”, revela Gazziero.
O pesquisador alerta para a necessidade de não deixar que este tipo de problema se repita. “Embora a resistência ao glifosato já ocorra de forma preocupante no Brasil, ainda é tempo de se evitar danos maiores. A velha e boa enxada continua a ser uma alternativa principalmente para eliminar plantas adultas, fonte da produção de sementes resistentes”, complementa Gazziero.